Em outubro deste ano, o renomado Centro de Pesquisas Pew publicou os resultados de um levantamento feito sobre o tema religião e ciência. O alvo principal da pesquisa era saber se os americanos entendiam haver um conflito entre esses dois campos da cultura. A maioria do público – cerca de seis em cada dez americanos – disse que há sim um conflito. Mas o mais surpreendente é que boa parte das pessoas que dizem haver incompatibilidade entre ciência e religião é pouco religiosa ou não tem religião definida. Os mais religiosos são os que menos veem conflito.
Ainda segundo a pesquisa, o público em geral está dividido em seus pontos de vista sobre o papel das organizações religiosas em debates científicos. No geral, metade dos adultos dizem que as igrejas devem expressar suas opiniões sobre as decisões políticas nas questões científicas, enquanto 46% dizem que as igrejas devem manter-se fora de tais assuntos.
Destaques:
– 59% das pessoas que participaram acreditam haver o conflito. 38% não acreditam.
– Das pessoas entrevistadas que raramente ou nunca frequentam suas reuniões religiosas, 73% delas percebem o conflito e 25% não. Das que frequentam mensalmente ou anualmente: 54% percebem e 41% não. E dos que foram frequentes em uma base semanal, 50% percebem e 47% não.
A pesquisa está rendendo bastante repercussão na esfera cristã internacional. Deborah Haarsma, presidente do site Biologos, comentou a pesquisa no canal destacando que “A nova pesquisa da Pew também confirma o que o sociólogo Jonathan Hill descobriu em sua própria pesquisa (publicada no ano passado em BioLogos): que os americanos tomam posições sobre questões de ciência e fé por conta de uma série de razões culturais, sociais e religiosas que tornam impossível e ilógico separá-los em categorias amplas de “pró-ciência” e “anti-ciência.” Um passo à frente é o de promover um diálogo mais eficaz entre cientistas e não-cientistas, e entre crentes e não-crentes, de modo que os falsos estereótipos em todos os lados possam ser removidos”.
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A repórter Rachel Gross, no site Slate, também comentou a pesquisa. Em entrevista para comentar a matéria, Robert P. Jones, um estudioso da religião e CEO da organização sem fins lucrativos Instituto de Pesquisa Religião Pública, ressalta que na verdade os resultados dizem mais sobre as suposições que os americanos não-religiosos fazem sobre os religiosos. “As pessoas que estão mais longe da religião tendem a ver o conflito mais forte, porque eles não estão tão perto de pessoas religiosas reais”, diz Jones. “Eles não estão vendo todas aquelas pessoas que não têm um conflito. Em vez disso, o que eles veem da comunidade religiosa é geralmente o que está retratado na mídia: somente guerra. A mídia tende a concentrar-se nos focos raros de controvérsia (como brigas por evolução e ao conteúdo dos livros didáticos de ciências) a fim de destacar os fundamentalistas conservadores. Para o não-religioso, essas vozes fortes tornam-se os rostos da religião, e estes se tornam evidência de que a religião e a ciência estão em conflito”.
Cathy Lynn Grossman, também comentou a pesquisa em sua coluna no site Religion News Service: “Nossas percepções dos outros são muitas vezes diferentes das percepções de nós mesmos e isso se desenrola aqui. É a descoberta mais surpreendente “, disse Cary Funk, diretor associado de pesquisa e co-autor do relatório.
Ver mais: http://www.religionnews.com/2015/10/22/science-religion-conflict-see/
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